Chegou o momento. Foram meses
de espectativa (ou não), duas semanas de intenso debate político onde se
discutiu tudo (toda a roupa suja dos candidatos) e se viu
muitas pessoas a darem beijos a feirantes na rua. Domingo é o dia D! E não, não
me estou a referir ao desembarque na Normandia. Esse já lá foi há muito….
Domingo é dia de eleições presidenciais, e a sensação que eu tenho é que estou
no mesmo ponto em que estava antes de a campanha eleitoral ter começado:
a zero.
Temos 10 candidatos (já
chegámos a ter 22, podia ainda ser pior...), dos quais só 6 acabei por
conseguir decorar e associar o nome e a cara... Não obstante o facto de ser um
(bom) sinal de democracia, tanta gente tornou a campanha eleitoral numa
tremenda salgalhada e dos 10 (nem dos 6) candidatos fiquei a saber grande
coisa. Tirando deste rol o Tio Marcelo, esse já "conhecido" dos
serões de domingo a discutir política na TVI (já agora, isso não deveria
ser considerado uma espécie de pré-campanha pessoal?...), fiquei sem sentir se
algum deles tinha realmente o perfil para ser Presidente da República.
Mais difícil se torna a
escolha quando, por si só, é difícil conseguir saber quais são as funções do
Presidente da República (visto que já não temos um faz algum tempinho...). Não
estamos só a eleger uma pessoa para ir a festas, ver ranchos a dançar em feiras
tradicionais ou discursar sobre o empadão de frango que se tornou património da
humanidade... Estamos a eleger o chefe de estado com poder supremo sobre as
nossas forças armadas, a pessoa responsável em último lugar por aceitar ou
vetar as leis, dissolver a assembleia, declarar estado de emergência, declarar
guerra ou paz e, principalmente, zelar pelos Portugueses.
Eu reflecti muito sobre a
temática, não foi fácil, e foi por isso que decidi... Votar por sorteio! Peguei
nos nomes dos 6 cuja cara ao menos conhecia, pus num saco preto e, depois de
pelo menos1 minuto a mexer bem, tirei o papel do meu vencedor. É por isso meus
amigos que, domingo eu voto... "Tino de Rans"!
Ora então vejamos... É
um verdadeiro homem do povo, é do norte, é calceteiro (sem qualquer curso na
Moderna ou na Universidade Independente), quer ser o Messi de Portugal (terá
alguma coisa contra o Ronaldo?) e enquanto todos os candidatos no debate conjunto
esgrimiam ataques (pessoais) uns contra os outros, "fez rabiscos"
porque aquilo não lhe "interessava".
Ok, talvez ele falhe
porém em todos os aspectos que considero importantes num Presidente da
República. Logicamente, isso inviabiliza um pouco o meu voto, mas não
inviabiliza o facto de ter sido o único candidato a trazer um pouco de
"tino" ao que se deveria ter discutido. Não acredito que, com esta
candidatura o Vitorino acreditasse mesmo que ia ser eleito... A mim parece-me
que ele é bem mais inteligente do que aliás quer aparentar. Sei que ele soube
satirizar o papel do poder político com humor, de forma apartidária, e sem
receio de chegar a todo o povo dormiu com os sem-abrigo. Em última instância,
lembrou aos políticos-modelo que o poder É
do POVO... e que é junto ao povo e ao encontro dele que o Presidente
da República (sem adereços, sem primeiras damas ou outros adereços) deve ir.
Na prestação do Tino, ficou só mesmo a faltar... Os rabiscos! Se alguém
o conhecer podia falar com o Tino para entrar em contacto comigo? É que eu
adorava de uma cópia dos rabiscos. Nunca se sabe se daqui a uns anos a coisa
pode vir a valer tanto quanto um quadro do Picasso, e eu estou em Ciência minha
gente. Há que fazer pela vida…
Até à próxima,
Cátia
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