A vida é feita de sonhos
Que crescem connosco.
Nascem e renascem,
E às vezes desfalecem,
Como brisa fresca em pleno Agosto
Alguns desses sonhos voltam,
Renovados.
Refrescam-nos os sentidos,
Transbordam a nossa alma,
Incendeiam-nos com infinitas possibilidades
E depois há os outros,
Que por outros lados ficam,
Em terras distantes,
Guardados e esquecidos,
No álbum das nossas memórias passadas.
É que mesmo sendo a vida feita de sonhos,
Mesmo sendo esses sonhos,
A cada instante fugaz,
Energia e rumo que dá sentido à vida...
Nem todos os sonhos são feitos para viver.
Há alguns sonhos que são um percurso,
Uma paragem breve numa aprendizagem chamada vida,
Até realmente nos cruzarmos com os sonhos
Que nesta curta e fugaz vida,
Valem a pena ser vividos.
(original)
Há momentos que nos marcam, sonhos que por mais loucos que pareçam nos movem... até ao infinito das nossas barreiras! Todos os dias quebramos barreiras, todos dias vivemos em função de um sonho, mesmo que não seja particularmente evidente.
Eu tenho um sonho (multiplicado por quase uns outros mil desejos) de me tentar superar todos os dias. Superar enquanto pessoa, superar academicamente... e nesta auto-descoberta uma parte importante tem sido as minhas constantes estadias em Ghent, Bélgica, onde me "adoptaram" enquanto aluna de doutoramento ao financiarem os meus estudos. Tem sido um percurso feito de desafios, mas sempre em prol de um sonho maior que é o de poder continuar na investigação fazendo aquilo que realmente mais gosto: estudar aves marinhas.
(original)
Há momentos que nos marcam, sonhos que por mais loucos que pareçam nos movem... até ao infinito das nossas barreiras! Todos os dias quebramos barreiras, todos dias vivemos em função de um sonho, mesmo que não seja particularmente evidente.
Eu tenho um sonho (multiplicado por quase uns outros mil desejos) de me tentar superar todos os dias. Superar enquanto pessoa, superar academicamente... e nesta auto-descoberta uma parte importante tem sido as minhas constantes estadias em Ghent, Bélgica, onde me "adoptaram" enquanto aluna de doutoramento ao financiarem os meus estudos. Tem sido um percurso feito de desafios, mas sempre em prol de um sonho maior que é o de poder continuar na investigação fazendo aquilo que realmente mais gosto: estudar aves marinhas.
Estar fora implica, porém, afastar-me da família e amigos com quem fiz parte do meu percurso académico ou com quem cresci... E ao mesmo tempo ir para o lado de lá implica rever amigos que criei num país distante e tão diferente de Portugal.
Vivo, por isso, constantemente dividida, qual pessoa bipolar, entre cair no temor da saudade dos que deixo versus a felicidade por aqueles que vou reencontrar. É um sentimento agridoce, é viver com um coração dividido pelos afectos, mas mesmo assim caminhar num limbo sem fim. Curiosamente, a sensação não muda com o tempo nem com a perspectiva... sempre que sei que as estadias são longas, o coração aperta-se até ao limite para apenas descontrair quando chego ao destino.
Amanha, parto numa dessas viagens que movem o meu sonho. Sinto aquele torpor de sempre, evito como sempre o rol de despedidas até que chega impreterivelmente à hora de deitar e dou por mim a contemplar o meu quarto. Recolho dele todos os detalhes, deito-me na cama absorta, respiro fundo e fecho os olhos enquanto escuto o silêncio. Amanhã o cenário será diferente, a cama uma velha "estranha" e o calor apenas do meu aquecedor, e ainda assim estarei em "casa" novamente.
Há, por isso, sonhos que nos dividem, que fazem de nós nómadas... até um dia nos levar ao ponto onde sempre estivemos quase que predestinados a chegar. Até lá, resta-nos apenas continuar a caminhar (ou voar).
Fica esta reflexão, dedicada em particular a todos os portugueses por esse mundo fora.
Um bem hajam,
Cátia
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