Há pessoas que são autênticas bestas. Bestas quadradas, brutas, idiotas… enfim pessoas que, não fosse a forma física humanoide em tudo poderíamos confundir com alguns animais e “bichos do mato” ferozes (sem ofensa aos pobres dos bichos…), movidos unicamente pela sua natureza mais bárbara e cruel. O conceito de besta humana, no entanto, é um termo ambíguo.
Numa experiência - extremamente científica diga-se de passagem- realizada por mim recentemente (durante o jantar…) e com uma amostragem de pessoas inquiridas representativa (o meu pai e a minha mãe…), foi possível concluir que, entre outros adjectivos utilizados para descrever o conceito de "besta humana, predominaram os termos: ausência de maneiras e boa educação, rudez e “Hitler”. Não satisfeita com o input recebido, decidi então consultar uma terceira fonte informativa, idónea e possivelmente mais transversal: o dicionário online da Infopédia (com o acordo ortográfico até, só para salvaguardar o “rigor” e multiculturalidade do termo…).
In www.infopédia.pt
Apesar dos pontos de convergência entre a Infopédia e a definição anteriormente esboçada pelos meus pais, e de ter identificado ali a existência também de uma segunda versão humana de besta que ainda não me tinha anteriormente ocorrido, a besta de carga (ou como se usa na gíria local, os "burros de carga”), pude concluir que o conceito tem sempre um elevado teor desubjectividade... De facto, cada um de nós acaba por definir um pouco à sua maneira o conceito de bestas humanas, o que se traduz invariavelmente na nossa experiência empírica na área através dos exemplares com os quais nos cruzamos na nossa vida.
Pessoalmente, eu defino as bestas humanas (doravante, Homo sapiens sapiens bestia) como todo o dito H. s. sapiens cuja conduta prima pela ausência persistente de respeito pelo próximo e/ animais, comportamento rude, idiotice e, acima de tudo, desprezo pelo bem estar físico e moral de outro ser vivo que não o próprio. É óbvio que há vários graus de bestialidade… Todos nós temos um pouco de bestas (e podemos comportarmo-nos como bestas) de tempos a tempos, mas os verdadeiro H.s.s. bestia têm, normalmente, um prazer particular em serem bestas - penso - e primam pela originalidade (e crueldade) das suas acções "bestiais".
O último caso de besta humana com o qual tive o (des)prazer de familiarizar-me através de um jornal local, e que suscitou em muito este artigo, foi uma pessoa que se lembrou de abandonar um cão acorrentado num local deserto, sem água e comida, para morrer à fome. Felizmente, para o amigo de 4 patas, o "bestia" não consegui cumprir o seu objectivo, já que alguém deu pelo sucedido e o probre animal foi resgatado. Infelizmente, porém, este triste animal não foi o único… Ao que parece, abandonar animais e deixá-los presos para eles não possam procurar comida e sucumbam à fome e à sede tornou-se a nova prática entre estas “pessoas” … Uma espécie de tendência Outono/Inverno na área o que me indigna até ao tutano. Isto levou-me ainda a reflectir um pouco sobre o assunto
Claramente, a reformulação da moldura penal dos maus-tratos a animais feita em 2014, e que passou a contemplar a pena de prisão (até 2 anos, em casos de maus tratos extremos), não é ainda assim motivo suficiente para desencorajar este tipo de práticas. Claramente, os mecanismos de sensibilização, alerta, e denúncia de contra os maus-tratos em animais não estão ainda agilizados para prevenir este tipo de situações. É por isso que queria fazer um apelo sentido:
“AMIGOS”, SE: não gostam de animais, não têm condições/tempo para os tratarem com amor e dignidade, e/ou não os querem… deixem-nos em PAZ! Eles não vos fizeram mal nenhum para terem de aturar os vossos acessos inconstantes de afecto vs desprezo, muito menos o vosso abandono e violência…
Gostam de criar uma “animal” e depois maltratar/ abandonar… comprem um TAMAGOTCHI! Gostam de dar pontapés em coisas, comprem um saco de boxe em casa ou batam/ pontapeiem uma parede… Se doer, pode ser que aprendam! Façam qualquer coisa, mas por favor não comprem, não criem, não adoptem ou nem decidam agredir na rua (só porque sim) um animal.
Não ganham nada em ser assim, apenas problemas e, se houver alguma casualidade no universo e reincarnarem no futuro, um Karma nada simpático.
Aos H. s. sapiens comuns, fica o desabafo. Há muitos outros tipos de bestas que conheço e me irritam, mas esta classe é uma das que mais me revolta. Sendo eu dona de 3 cães adoráveis, dois canários super fofos e um peixinho dourado… desde pequena aprendi a respeitar os animais. Toda esta bicharada é alimentada principalmente pelos meus pais, confesso, mas em casa retenho o dever de levar os patudos às vacinas, pagar a licença anual e… mimá-los de forma copiosa quando estou por terras lusas. Mas cá entre nós (e em tom afável de remate)…
… com patudos com um porte tão sexy e afável como o Boss, a Ísis e a Maggie (da esquerda para a direita)… o difícil é resistir.
Esperando ao ter ferido muitas susceptibilidades, hoje fico-me por aqui.
Até um próximo post à toa,
Até um próximo post à toa,
Cátia
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